CLIO - Tempo de História

CLIO ENTREVISTA: Professora Maria Helena Machado


Foto: USP



A professora  Dra. Maria Helena Machado, esteve no último mês de maio na Universidade Federal Fluminense (UFF) para participar do I Seminário de Pós-Graduandos em História do processo de Abolição e Pós-abolição no Brasil. Participando da Conferência de encerramento, comentou sobre o abolicionismo e  resultados sociais do pós-abolição. Nesta entrevista para CLIO, Dra. Maria Helena fala da sala de aula e do papel da sociedade na construção da História.
Maria Helena Pereira Toledo Machado possui graduação em História pela Universidade de São Paulo (1979), mestrado em História Social pela Universidade de São Paulo (1985) e doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (1991). É professora Livre-Docente desde 2005. Atualmente é Professora Associada da Universidade de São Paulo ( Mini-currículo Lattes).



CLIO - O que é necessário para ser um bom historiador?
Profª. Maria Helena: O bom historiador precisa ser muito curioso, dedicado, detalhista. Não pode ficar com a resposta pela metade: “talvez, eu acho”. Ele tem a curiosidade de um detetive. Vai atrás a vida inteira de uma coisinha só, às vezes de uma pequena coisa.
CLIO – Por que a disciplina de História encontra grande resistência entre os alunos?
Profª. Maria Helena: Eu acho que não é só o aluno. É a sociedade como um todo. Uma sociedade que não termina seu trabalho, que não realiza sua função social, não tem muito o que lembrar; não quer lembrar. Quando você faz as coisas direito, realiza sua função social, você quer lembrar e a História tem um valor muito grande.
CLIO – A questão abolicionista no país. O Brasil deu uma cara para o abolicionismo ou o abolicionismo deixou uma cara para o Brasil?
Profª. Maria Helena: O abolicionismo foi muito esquecido (*no sentido de movimento popular como foi abordado no seminário). Tem  uma cara de Brasil que esquece os seus próprios movimentos, esquece aquilo que fez.
*N.E.